CALCULOSE (“PEDRA”) DA VESÍCULA

Quem pode ter pedra (cálculo) na vesícula?

Pedra ou cálculo da vesícula é uma doença bastante comum. Cerca de 10% das pessoas tem pedra (cálculo) na vesícula o que torna 10 milhões de brasileiros portadores desse problema. Qualquer pessoa pode ter pedras na vesícula, mas algumas têm maior probabilidade: idade acima de 40 anos; mulheres (principalmente aquelas com múltiplas gestações); obesos e hereditariedade.

Como que a pedra (cálculo) é formada na vesícula?

A bile tem como função realzar a digestão de alimentos gorudrosos. Sua produção é realizada no fígado e o seu excesso passa a ser armazenado na Vesicula Biliar. Toda fez que uma pessoa ingere um alimento gorduroso, o fígado e a vesícula são ativados liberando a bile no intestino. A composição da bile consiste de várias substâncias, entre as quais colesterol e pigmentos. Quando algumas dessas substâncias aumentam em quantidade na bile, elas podem se depositar na vesícula formando as pedras (cálculos) com o passar dos anos. O número, tamanho e cor das pedras da vesícula são bastante variáveis.

Sintomas e complicações causados pela pedra na vesícula?

A maioria dos pacientes que tem pedra na vesícula nunca teve sintomas. Entretanto, a pedra na vesícula pode ocasionar sintomas intensos e graves, sendo os mais comuns: dor intensa no abdôme (geralmente a direita abaixo da costela), náuseas (enjôo) e vômitos. Alguns casos podem levar à inflamação ou infecção da vesícula; icterícia (amarelão) e; pancreatite aguda (inflamação do pâncreas) que apresentasse como um das mais temidas complicações e geralmente esta associado com cálculos de pequeno tamanho (menores que 9mm).

Diagnóstico:

O melhor método para diagnosticar pedra na vesícula é a ultrassonografia do abdome. A tomografia de abdome não apresenta resultados satisfatórios para o diagnóstico de calculo na vesícula levando ao não diganostico de muitas pessoas. Em caso de dúvidas no diagnostico, o paciente pode completar a ultrassonografia de abdome com a colangiorressonância de Abdome ou com a Ultrassonografia Endoscopica. Vale ressaltar que esses dois últimos exames não são realizados de rotina no diagnostico de pedra na vesícula.

pedra na vesícula

Tratamento:

A forma de tratamento da pedra ou cálculo da vesícula é a retirada da vesícula biliar (colecistectomia). A retirada da vesícula pode ser facilmente realizada por via laparoscópica ou robótica na maioria dos pacientes. Trata-se de uma cirurgia com resultados excelentes e muito segura.

Após a retirada da vesícula, vou ter alguma restrição alimentar?

Você não precisará modificar a sua dieta após a operação. A vesícula não produz bile, apenas ajuda no seu armazenamento. A produção da bile pelo fígado continua normal após a retirada da vesícula. Alguns pacientes após a cirurgia podem apresentar episódio de diarreia após ingestão de gordura em doses elevadas. Entretanto, não existe nenhuma sequela ou consequência para o organismo após a retirada da vesícula na maioria dos pacientes operados.

Quais vantagens do tratamento cirúrgico?

  • Recuperação rápida do paciente.
  • Resolução completa e definitiva da doença.
  • Pouca dor no pós-operatória.
  • Cicatriz cirúrgica mínima.
  • Risco pequeno de infecção

HÉRNIA – TRATAMENTO CIRÚRGICO POR VIDEO / CIRURGIA ROBÓTICA

O que é uma Hérnia Abdominal?

Hérnia é a protusão (saliência ou abaulamento) de uma víscera ou órgão através de uma abertura na parede abdominal. Ela pode ocorrer em vários locais, como por exemplo, no umbigo (hérnia umbilical), região inguinal (hérnia inguinal) ou em uma cicatriz de cirurgia prévia (hérnia incisional).

Algumas pessoas nascem com a hérnia. Dependendo do tipo da hérnia ela pode ser encontrada em pessoas mais jovens ou mais idosas ou mais frequentemente em homens que em mulheres. Entretanto, algumas doenças associadas apresentam maiores chances do desenvolvimento da hérnia como: constipação intestinal, tabagismo, doenças da próstata, do pulmão, do coração ou fígado. Estas doenças geralmente aumentam a pressão abdominal e facilitam a ocorrência da hérnia.

hernia abdominal

Diagnóstico:

Geralmente o diagnóstico é feito por exame físico do paciente no consultório. Quando persistir a dúvida algum exame de imagem pode ser solicitado como ultrassonografia ou Tomografia Computadorizada.

Tratamento Cirúrgico da Hérnia por Vídeo ou Cirurgia Robótica:

O cirurgião e sua equipe visualizam a hérnia e o defeito na parede abdominal através de uma micro-câmera que é colocada dentro da cavidade abdominal e transmitida em um monitor.

O fechamento da abertura ou fraqueza da parede abdominal por onde a hérnia abaulava é tratado através de uma tela extremamente resistente feita de polipropileno que é usada para fechar este defeito.

As vantagens da cirurgia são muitas: recuperação rápida do paciente (internação de dois dias e retorno as atividades em torno de 15 dias); resolução completa da doença; pouca dor pós-operatória; cicatriz cirúrgica mínima; risco pequeno de infecção; baixas taxas de compicações pós-operatória.

Vale lembrar que toda hérnia operada apresenta uma taxa de recidiva (retorno da hérnia) em 3% dos casos. Isso ocorre mais frequentemente em pacientes obesos, tabagistas ou que não aderiram a restrição de carregar peso nos primeiros 30 dias.

CIRURGIA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO

Refluxo gastroesofágico é o retorno do alimento do estômago para o esôfago. A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é definida pela presença do refluxo associada a sintomas ou complicações.

O diagnóstico se baseia nos sintomas ou em exames complementares. As queixas incluem os sintomas típicos (queimação no peito e regurgitação) e atípicos (sensação de impactação alimentar, tosse crônica, asma, pneumonia, dor torácica, laringite, sinusite, otite, aftas, rouquidão, pigarro, halitose e erosão dentária).

refluxo gastroesofágico

Muitas vezes, alem da historia clinica, são necessários exames como a Endoscopia Digestiva Alta para a complementação do diagnostico. Em alguns casos duvidosos a Phmetria e Manietaria se fazem necessária.

O pilar principal do tratamento são ajustes na dieta e medidas posturais. Recomenda-se uma alimentação adequada, procurando evitar alimentos que sabidamente desencadeiem sintomas de refluxo, além de álcool, alimentos cítricos, cafeína, bebidas gasosas, chocolate, tomate, alguns condimentos, temperos e alimentos gordurosos. Além disso, deve-se evitar refeições copiosas, não deitar por três horas após comer, alimentar-se a cada três horas, parar de fumar, evitar obesidade e roupas apertadas, não exercitar-se após a alimentação e evitar de deitar 2h após a ultima refeição. Para evitar o refluxo noturno, eleva-se a cabeceira da cama em 15 cm, permitindo que o material refluído para o esôfago retorne prontamente ao estômago.

Quando estas medidas são insuficientes para controlar a doença, avaliamos os tratamentos medicamentoso e cirúrgico. A DRGE é uma enfermidade crônica, de forma que para a maioria dos casos o objetivo do tratamento não visa a cura da doença, mas sim o controle dos sintomas e a prevenção de complicações como úlceras, estreitamentos do esôfago e câncer.

Se a azia ocorre uma vez ou outra, um antiácido comum ajuda a aliviar os sintomas. Se for frequente, seu médico poderá prescrever os potentes inibidores de ácido, que fazem desaparecer a queimação em alguns dias. Esses mesmos medicamentos também podem curar lesões de esôfago em um ou dois meses. Mas quando se suspende a medicação, em geral a queimação reaparece, porque o estômago volta a produzir ácido, já que a origem do problema está no mau funcionamento da válvula. Então, manter a medicação por um período maior vai depender de uma decisão conjunta entre paciente e médico. E, alguns casos, é recomendável ingerir a medicação na dose adequada durante muitos anos, do mesmo modo que um paciente com pressão alta precisa de tratamento prolongado.

Cirurgias antirrefluxo como a fundoplicatura de Nissen são usadas em casos selecionados, considerando idade do paciente, sintomas, características anatômicas e funcionais do esôfago, complicações do refluxo e preferências do paciente. Esta cirurgia consiste em envolver o esôfago com a parte do estômago que está mais próxima e costurar esse fundo gástrico ao redor do esôfago distal, formando uma válvula antirrefluxo. Hoje em dia, existe a cirurgia laparoscópica ou robotica, com excelentes resultados. As indicações variam de acordo com cada paciente. Esse recurso é geralmente indicado em pacientes que apresentam sintomas sempre que suspendem a medicação ou que não desejam fazer uso crônico do remédio.  A hérnia de hiato, por ser um fator que prejudica ainda mais o funcionamento do esfíncter do esôfago (da válvula), também deve ser tratado cirurgicamente em alguns casos.