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Esôfago de Barrett

Esôfago de Barrett é uma doença na qual ocorre uma mudança nas células que revestem a parte final do esôfago devido ao refluxo gastroesofágico. A persistência desse refluxo por um longo período de tempo causa uma transformação das células que revestem o esôfago, ficando parecidas com as do estômago, chamada metaplasia intestinal.

O esôfago de Barrett é duas vezes mais frequente em homens brancos que em mulheres e tem incidência aumentada em alcoólatras e tabagistas. É raro entre descendentes de africanos e asiáticos. A idade média dos pacientes está entre 55 e 65 anos.

O esôfago de Barrett possui relevância clínica por ser considerado uma lesão pré-maligna, sendo as pessoas que apresentam tal diagnostico estarem mais propensas a desenvolver câncer do esôfago. Ainda assim, apesar de terem um risco mais elevado, a maioria das pessoas com esôfago de Barrett não chegam a desenvolver câncer. Para que isso não ocorra o acompanhamento regular desses pacientes é fundamental visto que o câncer de esôfago é agressivo e com altas taxas de mortalidade.

O diagnóstico de esôfago de Barrett é feito através da endoscopia, realizada para avaliação de paciente com sintomas de refluxo. Identifica-se área de mucosa “cor salmão” ou “cor vermelho-róseo”. A endoscopia sugere a alteração, mas a realização de biópsias é sempre necessária para confirmar o diagnóstico. O acompanhamento com múltiplas biópsias é essencial no seguimento desses pacientes para avaliar a presença de displasia, a progressão da doença e para prevenir possíveis complicações.

O tratamento para Esófago de Barrett não esta focado na alteração esofágica mas sim no fator que causa essa alteração: o refluxo gastroesofágico. Atualmente não existem medicamentos que façam com que o esôfago de Barrett regrida. Entretanto, os tratamentos atuais, que buscam tratar a doença do refluxo gastroesofágico, diminuem a progressão da doença e previnem as suas possíveis complicações, como o câncer esofágico. Além disso, um acompanhamento deve ser realizado para o conhecimento da progressão da doença.

O tratamento inclui o controle do refluxo com medicamentos e medidas que ajudem a preveni-lo. Em alguns casos para tratar o refluxo gastroesofágico o paciente pode necessitar uma cirurgia de fortalecimento do músculo esfíncter inferior do esôfago, chamada de fundoplicação. Em alguns casos, pacientes com obesidade podem se beneficiar da cirurgia bariátrica como uma medida alternativa que visa a melhora do refluxo e consequentemente a perda de peso que favorecem a melhora do refluxo e a agressão ao Esôfago de Barrett (EB). Atualmente, tratamentos endoscópicos tem ganhado espaço para EB. Os resultados parecem ser animadores porem ainda aguardamos novos estudos que possam corroborar as expectativas. 

A dieta dos pacientes com EB é a mesma recomendada para os pacientes com a doença do refluxo gastroesofágico. Os pacientes devem evitar alimentos fritos e gordurosos, chocolate, álcool, café, frutas ou sucos cítricos, molho de tomate, ketchup, mostarda, aspirina ou outras drogas antiinflamatórias não-esteróides, entre outros cuidados. Eles também devem evitar refeições 3 horas antes de dormir, elevar a cabeceira da cama, reduzir o peso (se estiverem com sobrepeso) e parar com o hábito de tabagismo.

Se é descoberto que uma pessoa com EB possui uma displasia ou câncer, o médico geralmente irá recomendar uma cirurgia se a pessoa for suficientemente saudável, possuindo boas chances de ser curada. O tipo de cirurgia pode variar, porém muitos pacientes com o EB são idosos e possuem muitos outros problemas médicos que tornam a cirurgia inviável. Nestes pacientes, outros métodos de tratamento têm sido estudados. Em displasias graves (de alto grau), tem sido utilizado o tratamento a laser, ao passo que o câncer esofágico pode necessitar de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia sistêmica.

 

Dr. Felipe Rossi CRM 142.064

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