Existem dois tipos mais prevalentes de doença inflamatória intestinal (DII): a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Embora sejam patologias distintas, compartilham algumas semelhanças: são crônicas e caracterizadas por períodos de remissão e atividade; acometem principalmente pacientes jovens; e seus principais sintomas são dor e distensão abdominal, alteração do hábito intestinal com aumento do número de evacuações, e nos casos mais graves sangramento nas fezes, emagrecimento e fadiga.
A causa da DII é desconhecida, mas sabe-se que existem fatores genéticos e imunológicos associados.
A Retocolite Ulcerativa acomete a mucosa (camada interna) do intestino grosso, conhecido como cólon. Já a Doença de Crohn envolve todas as camadas da parede intestinal e pode afetar qualquer parte do aparelho digestivo, desde a boca até o ânus, porém sua maior incidência é no intestino delgado (íleo terminal).
O diagnóstico da Doença Inflamatória Intestinal é feito através da história clínica do paciente, associada ao exame físico realizado pelo médico e complementado por exames de imagem, sendo o principal a colonoscopia.
Em relação aos tratamentos para doença inflamatória intestinal, as opções terapêuticas mais utilizadas atualmente tanto para a Doença de Crohn quanto para a Retocolite Ulcerativa são: azatioprina, mesalazina e os imunobiológicos, além de antibióticos e corticoesteróides que ao longo da vida podem ser necessários por períodos menores principalmente em fases de agudização da doença.
A respeito dos imunobiológicos, atualmente estão disponíveis no Brasil anti TNF, anti integrina e anti interleucina; o que revolucionou o tratamento da doença e trouxe melhor qualidade de vida aos pacientes. Um dos benefícios deste tratamento é sua posologia, que permite ao paciente fazer uso da medicação a cada 14 dias, a cada 8 semanas e até a cada 12 semanas, a depender da droga escolhida para cada paciente.
Não existe uma fórmula padrão nos tratamentos para doença inflamatória intestinal. O tratamento é individualizado tanto em relação a dose, como a classe de medicamentos, e pode variar conforme a idade, outras doenças associadas, manifestações intestinais e extra intestinais da doença, entre outros fatores. Muitos estudos estão em andamento e ao longo dos próximos anos teremos novidades em relação ao tratamento da Doença Inflamatória Intestinal.
Portanto, em caso de suspeita de Doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa, é muito importante procurar um especialista para esclarecer suas dúvidas e, se for o caso, indicar o tratamento mais adequado para o seu caso.