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Papel da equipe multidisciplinar no tratamento da endometriose

A endometriose é uma doença que acomete mulheres, especialmente as jovens em idade fértil, e acomete principalmente os órgãos da pelve feminina (útero, ovários e ligamentos de sustentação destes órgãos), causando dor crônica, e muitas vezes incapacitante. Em casos mais graves pode acometer diversos outros órgãos da cavidade abdominal, como reto, intestinos, sistema urinário e até o diafragma. Esse acometimento de diversos sistemas exige uma atenção maior e multidisciplinar no tratamento desta patologia, especialmente nos casos em que há indicação de tratamento cirúrgico.

A investigação diagnóstica ampla, previamente a um procedimento, tem como objetivo identificar os locais e órgãos acometidos pela endometriose. Assim o cirurgião ginecológico, o principal responsável pelo tratamento da doença, consegue associar ao tratamento os profissionais especialistas que irão auxiliá-lo no procedimento cirúrgico, já que o acometimento desses outros sistemas pode exigir um tratamento muito mais complexo, que foge do escopo do tratamento ginecológico mais simples.

O cirurgião do aparelho digestivo ou coloproctologista, é geralmente o especialista mais envolvido neste tratamento. O acometimento do reto, é o mais comum, porém os demais segmentos do colón (intestino grosso), intestino delgado e apêndice cecal também são encontrados frequentemente. O procedimento a ser realizado é individualizado de acordo com cada paciente, e podem ocorrer desde pequenas retiradas de tecidos, conhecido como shaving, ou até retiradas completas dos órgãos acometidos, referidos como ressecções.

O sistema urinário também é frequentemente acometido pela endometriose, especialmente os ureteres (canais que levam a urina dos rins à bexiga), já que sua localização pélvica e intimamente relacionada ao útero e trompas, faz com que sua identificação durante o ato cirúrgico seja sempre necessária, evitando assim lesões inadvertidas e maior segurança durante a cirurgia. Nos casos mais complexos, envolvendo acometimento mais grave da bexiga e ureteres, a presença do urologista no tratamento é essencial para o tratamento da paciente.

O pós-operatório dessas pacientes, especialmente nos casos mais complexos, exige um cuidado especial de toda a equipe multiprofissional das instituições. A recuperação exige atenção a dieta, e progressão cuidadosa da mesma, atuação na mobilização da paciente, visando a prevenção de tromboses e tromboembolismo pulmonar, além de complicações pulmonares, já que os procedimentos cirúrgicos são frequentemente longos, o que aumenta o risco de desfechos desfavoráveis nestes quesitos. A atuação dos nutricionistas e fisioterapeutas, respectivamente, é fundamental neste contexto, além da atuação de toda a equipe de enfermagem, garantindo a boa recuperação destas pacientes.

Portanto, se tratando de uma doença complexa e multissistêmica, é essencial que as pacientes escolham uma instituição e profissionais capacitados para esse tratamento. Neste contexto, a atuação conjunta e harmônica dos profissionais envolvidos, especialmente entre os especialistas da equipe cirúrgica experiente, garante os melhores resultados possíveis e benefícios para as pacientes.

 

Dr. Nathan Rostey

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